O Dia da Europa assinala a data de comemoração da histórica «Declaração Schuman» que marcou o início da História da integração europeia. Hoje é, por isso, dia de comemorar as principais conquistas conseguidas nos últimos quase 70 anos: de estabilidade, prosperidade económica e manutenção da paz.
A 9 de maio de 1950, em Paris, num dos discursos mais corajosos e marcantes do pós guerra na Europa, em nome do governo francês, Robert Schuman (então ministro dos Negócios Estrangeiros de França) propôs ao governo alemão a criação de uma Alta Autoridade supranacional para promover a cooperação política e gerir em comum a produção de carvão e o aço nos dois países. Este plano surge como resposta aos conflitos fronteiriços entre a Alemanha e França, num período em que o domínio dessas matérias primas potenciava o desenvolvimento industrial (e militar) e, consequente, económico das potencias europeias que se encontravam à data economicamente debilitadas. A escolha do carvão e do aço tinha assim, no cenário pós-guerra, uma grande carga de simbolismo pois envolvia as principais indústrias que estavam na base da produção do armamento.
Um ano após a declaração de Schuman, é criada uma entidade responsável por essas funções a CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço) que estabelecia um mercado de livre circulação de carvão, ferro e aço entre os seus países-membros. Os seus membros fundadores foram: França, República Federal da Alemanha, Itália, Países Baixos, Bélgica e Luxemburgo). A CECA acabaria por ser a organização supranacional que esteve na base das instituições que deram origem à atual União Europeia.
«A Europa não se fará de uma só vez, nem de acordo com um plano único. Far-se-á através de realizações concretas que criarão, antes de mais, uma solidariedade de facto.» - Robert Schuman
Daqui a duas semanas, entre 23 a 26 de maio são as eleições parlamentares europeias. Uma data que deve estar na agenda de todos os eleitores europeus, bem assim, no radar de risco dos investidores tendo em conta o complexo pano de fundo por detrás destas eleições.
Atualmente, a crescente tendência de adesão ao populismo, falta de consciência política, partidos políticos cada vez mais fragmentados, bem como a temática do Brexit, põe em causa a estabilidade do projeto europeu, criando um grande clima incerteza.
Nestas eleições parlamentares, o Reino Unido também estará presente e no dia 23 de maio será realizada a eleição dos deputados britânicos para o Parlamento Europeu. Esta decisão surge uma vez que, David Lidington, ministro do Gabinete do Governo, assume não existir tempo suficiente para ratificar os termos legislativos para o Brexit antes das eleições parlamentares e, por isso, é legalmente obrigado a participar nas eleições europeias, que se realizam em todos os Estados-membros.
Neste contexto, o voto daqueles que fruem da cidadania europeia é imprescindível para a manutenção da estabilidade do quadro europeu, uma vez que os que são contra europa, extremistas e populistas vão fazê-lo seguramente! Deste modo, é impreterível a participação por todos os eleitores europeus num sufrágio que não só definirá em grande parte o rumo político nos próximos 4 anos da União Europeia, como também poderá definir de forma determinante o futuro de todo o projeto Europeu nas próximas gerações!
«A paz mundial não poderá ser salvaguardada sem esforços criativos que estejam à altura dos perigos que a ameaçam.» - Robert Schuman
Não devemos esquecer que votar é um direito pessoal mas também é um dever cívico.