Em novembro, as principais classes de ativos evidenciaram um desempenho muito positivo, com os índices acionistas norte-americanos, S&P 500 e Nasdaq, a transacionarem aos níveis mais elevados em mais de um ano (cerca de 16 meses) e muito próximos dos seus máximos históricos absolutos! O otimismo que caracterizou o mês foi impulsionado pela expectativa de que os principais bancos centrais terminaram, já, o ciclo de aumentos nas taxas de juros de referência e a perspetiva de políticas monetárias mais acomodatícias em 2024, com a divulgação de indicadores económicos que apontam para um abrandamento gradual do crescimento mundial e a expectativa de inflação mais moderada. Nota para as previsões económicas da OCDE, divulgadas na última semana de novembro, que vão precisamente nesse sentido, com este organismo antecipar agora que as economias mais desenvolvidas estão já a abrandar, descartando, todavia, o cenário de hard landing em, por exemplo, Zona Euro, EUA ou Reino Unido.

 

 

Este ambiente de maior apetite por risco contribuiu para expressivos retornos na componente obrigacionista, num contexto de recuo assinalável nas yields da dívida soberana de melhor qualidade: a remuneração do dívida norte-americana a 10 anos corrigiu mais de 60 pontos base no mês e a yield da dívida soberana da Alemanha para a mesma maturidade recuou mais de 36 pontos base. Neste contexto, p índice global de obrigações registou o melhor desempenho mensal desde meados da década de 80 (maio de 1985), ou seja, praticamente 40 anos ganhando quase 5% no mês!

Novembro foi também um mês muito positivo para os mercados acionistas, com as geografias desenvolvidas a realizarem outperformance face às suas congéneres emergentes. Assim, e para além do recuo expressivo nos rendimentos da dívida soberana de longo prazo, a componente acionista beneficiou igualmente do não escalar das tensões geopolíticas, sobretudo no Médio Oriente, realidade que ajudou à inversão do sentimento negativo e de aversão ao risco que marcou praticamente todo o mês de outubro.

No cambial, o dólar depreciou face ao cabaz das principais divisas mundiais com, a título de exemplo, o par Eur/Usd a cotar acima dos $1,10, o que já não acontecia desde agosto. Este contexto de fraqueza do dólar beneficiou os metais preciosos, nomeadamente o ouro, que em novembro quebrou a barreira dos $2 000/onça, ou seja, muito próximo de máximos históricos absolutos.