Os primeiros dias da nova administração Trump em 2025 têm sido marcados por mudanças significativas na política energética e comercial dos Estados Unidos.
No setor energético, as ordens executivas focam-se principalmente no incentivo às fontes tradicionais de combustíveis fósseis e no desincentivo às energias renováveis. Entre as medidas mais relevantes, destacam-se a promoção do desenvolvimento energético doméstico, a suspensão do arrendamento para energia eólica offshore e a reversão das restrições à exploração petrolífera no Alasca.
No que diz respeito ao comércio internacional, contrariamente às expectativas iniciais, ainda não foram anunciadas medidas concretas sobre tarifas. No entanto, existe uma clara indicação de que poderão ser implementadas tarifas significativas em relação à China, enquanto as ameaças tarifárias direcionadas a outros parceiros comerciais parecem ser utilizadas principalmente como instrumento de negociação. Até ao momento, os mercados cambiais têm-se mantido relativamente estáveis, sem evidenciar fraquezas notáveis nas moedas do México, Canadá e Europa
Além das políticas comerciais, Trump ordenou cortes de 8% no orçamento do Pentágono ao longo dos próximos cinco anos e anunciou demissões em massa no IRS, com a previsão de dispensar 6.700 funcionários. Estas ações refletem um esforço para reduzir o tamanho do governo federal e reorientar os recursos para outras áreas prioritárias.
Um desenvolvimento significativo para o setor tecnológico foi o anúncio de uma joint venture denominada "Stargate", que une a SoftBank, OpenAI e Oracle Corporation. Este projeto, com um investimento inicial de 100 mil milhões de dólares e perspetivas de alcançar 500 mil milhões nos próximos quatro anos, visa desenvolver infraestruturas para inteligência artificial.
As reações dos mercados financeiros têm sido mistas. Enquanto as bolsas norte-americanas mostram resiliência, com o S&P 500, Dow Jones e Nasdaq a registarem ganhos, analistas alertam para a possibilidade de futuras volatilidades devido às políticas comerciais agressivas. Por outro lado, os mercados europeus têm apresentado um desempenho superior, com o índice Euro Stoxx 600 a superar o S&P 500, possivelmente refletindo uma perceção de menor risco ou oportunidades de investimento mais atrativas na Europa.