Depois de já termos apresentado os investimentos socialmente responsáveis (SRI), neste artigo, vamos abordar os métodos e os produtos para obter exposição a este segmento de mercado.

 

No processo de tomada de uma decisão de investimento, muitas variáveis são equacionadas, como o retorno, o risco e a liquidez do mesmo. Quando o gestor de um fundo decide comprar participação numa determinada empresa, este utiliza os métodos de avaliação que considera mais adequados, respeitando os critérios com os quais se comprometeu. A definição de critérios é essencial para os SRI, uma vez que só assim os investidores conseguem saber no que estão a investir. Assim, são utilizados critérios ESG (Enviromental Social and Governance / Ambientais Sociais e Governação) que permitem aos gestores definir com bastante exatidão, em que empresas podem e não podem investir.

 

Investimentos Socialmente Responsáveis

 

Os veículos mais comuns para este tipo de investimentos são os ETF’s e os Fundos de Investimento. Existem cerca de 35 temas ESG (estando os principais representados na imagem acima) sobre os quais os gestores podem definir critérios de investimento, sendo que não é necessário que estes incidam sobre todos os temas. Ou seja, estes veículos podem, por exemplo, definir regras muito apertadas quanto às políticas sociais das empresas em que investem, e não considerarem as práticas ambientais das mesmas. No limite um fundo pode investir numa empresa com emissões de CO2 muito acima do aceitável, se esta cumprir os critérios que o fundo definiu em termos sociais. Um dos maiores ETF’s com este tipo de critérios é o SHE (SPDR SSGA Gender Diversity Index ETF), que tem nele investido cerca de USD 150 M, e, das 1000 maiores empresas dos E.U.A, investe nas 10% que mais mulheres empregam em cargos de topo. No entanto, não apresenta qualquer limitação em termos ambientais ou quanto à indústria das empresas nas quais investe (pode investir em empresas das indústrias petrolífera, tabaco, armas, álcool, jogo, etc).

 

Muitas casas de investimento internacionais, começaram a apostar na criação de ETF’s e fundos iguais aos já existentes, mas com a aplicação de critérios ESG sobre eles. Por exemplo, existem vários ETF’s que aplicam os mais distintos critérios ao índice S&P 500, de forma a obter o universo de investimento, ou fundos que produzem uma cópia do fundo “normal” sem as empresas que não cumprem os critérios definidos. Por outro lado, cada vez mais são criados fundos nos quais, os critérios ESG estão contemplados, como qualquer outro critério.

 

Investimentos Socialmente Responsáveis

 

A aplicação deste tipo de critérios é cada vez mais genérica, sendo que a casa de investimentos internacional BlackRock prevê que o capital alocado em ETF’s com critérios ESG cresça dos atuais USD 25 Mm para USD 400 Mm em 2028. Também os gráficos em cima mostram que as boas práticas sociais e ambientais são cada vez mais importantes para investidores institucionais, o que demonstra que esta tendência abrange não só, os indivíduos com convicções fortes ESG, mas também profissionais da área financeira.

Sendo um dos lemas da Golden, “fazer o certo e não o mais fácil”, consideramos que o espírito destes investimentos se coaduna com a nossa visão, pelo que já contemplamos na nossa oferta, fundos que utilizam critérios ESG.