Depois da desaceleração da inflação ao longo dos últimos meses, os principais Bancos Centrais começam a preparar-se para começar a cortar taxas de juro durante 2024, mas não parecem estar dispostos a começar já.
O recente ciclo de subida de taxas de juro foi o mais agressivo dos últimos 40 anos, mas a resiliência da atividade económica e a resposta do mercado de trabalho aconselham alguma prudência relativamente aos próximos passos.
Apesar das descidas das taxas de inflação nos últimos 6meses, entramos agora numa fase decisiva para essas dinâmicas, nas quais os efeitos base perdem alguma preponderância e novos condicionalismos ameaçam poder provocar novas distorções nos preços (por exemplo o alastrar do conflito Israel-Hamas ao mar vermelho e potencias impactos na circulação marítima e distorções no comércio internacional).
A persistência do atual fenómeno inflacionista é claramente uma preocupação e tem pressionado os decisores da política monetária a limitarem o âmbito das suas decisões relativamente às taxas de juro à evolução dos dados económicos e não ao desempenho do mercado.
O início e o ritmo do próximo ciclo de corte de taxas permanecem assim uma grande incógnita num ano de eleições presidenciais nos EUA e para o Parlamento Europeu, cujos calendários e a muito apregoada independência dos decisores da Política Monetária, podem ser fatores determinantes.
Ao longo das últimas semanas os investidores têm vindo a ajustar as suas expetativas e o início do verão tem vindo a ganhar cada vez maior consenso relativamente ao momento mais plausível para o início dos primeiros cortes, que deverão depois manter-se até ao final do ano.
O BCE reúne no próximo dia 7 de março e a Fed a 20 do mesmo mês.
Sem pressas.