No acompanhamento de patrimónios de dimensão elevada, constatamos que na base do sucesso em manter e aumentar esse património existem comportamentos passíveis de padronizar: “A história não se repete, mas rima.” Mark Twain.

Uma visão global do património, onde a esfera empresarial, a esfera dos ativos reais (incluímos aqui imobiliário, obras de arte, jóias e metais preciosos) e a esfera dos ativos financeiros são ao mesmo tempo influenciadores e influenciados.

Dos padrões comportamentais podemos criar algumas regras que poderão ser úteis no perpetuar do património:

 

1. Proteção de Capital

Um investidor deve ter sempre como base uma lógica de proteção de capital. O perfil de risco deve ser usado com um limite.

Um investidor com um perfil agressivo não deve, nem tem de estar sempre investido.

 

2. O risco deve ser assumido previamente

Não existe retorno sem assunção de risco. O relevante é perceber o risco a que estamos expostos para então o poder assumir.

 

3. Cash is king

Manter liquidez na carteira deve ser considerado um ativo importante a deter. Aceite o custo de manter elevados níveis de liquidez como uma arma poderosa.

 

4. Diversificação deve ser procurada

Em toda a sua amplitude – classe de ativos, zonas geográficas, emissores, intermediários financeiros, enumerando apenas os principais

 

5. Ser coerente.

A mesma lógica que leva à decisão de investimento numa posição, deverá ser também usada para definir a sua saída.

 

6. Surf the wave

Uma vez investido, deixar os lucros “rolar”, sendo a intenção fruir da tendência.

 

7. Ser pragmático

No momento do investimento, o objetivo é sempre vender a um preço superior ao qual foi feita a compra.

 

8. Nunca aumentar uma posição perdedora sem definir um stop loss prévio

Quando pretendemos reforçar um ativo, que apesar do seu comportamento negativo, consideramos ter potencial de recuperação, devemos pré-fixar um preço limite para o qual teremos de sair da posição caso o nosso cenário não se verifique.

 

9. Investir tendo como base factos

Não invista por razões pessoais. O património financeiro acumulado tem uma história que

deve ser preservada.

 

10. Conflitos de interesse

É importante ter presente que os intermediários financeiros podem perder dinheiro quando cedem crédito, mas, inevitavelmente, esta mesma balança fica com saldo positivo, quando gerem o património de terceiros.

 

11. Em períodos de baixo retorno, as comissões, impostos e dividendos são muito relevantes

Ser exigente é importante. Com a atual transparência exigida pela DMIFI II, na tomada de decisões é importante analisar cuidadosamente todos os custos associados: diretos e indiretos.

 

12. O mercado tende a ajustar para a média no longo prazo

A lei da oferta e da procura é um conceito que devemos compreender e aceitar.

 

13. Ser o mais disciplinado possível

Todas as grandes perdas estão associadas ao não cumprimento desta regra.

 

14. Compreender e aceitar a natureza humana

O fator humano leva a “infrações” sendo as principais:

  1. Excesso de confiança, que leva à falta de disciplina
  2. Incapacidade de gerir muita informação, que por vezes gera excesso de confiança
  3. Em momentos de quedas generalizadas, a necessidade de “companhia”
  4. Criação de âncoras que impedem a objetividade

 

Fonte: The Kirk Report

 

As regras apresentadas não são vinculativas. O bom senso deve sempre reinar. O horizonte temporal poderá permitir que algumas regras sejam muito mais importantes que outras.