Foi uma semana de menor volatilidade, sem desenvolvimentos disruptivos na guerra comercial entre os EUA e a China. A maioria dos mercados acionistas globais registaram uma recuperação, mesmo com as bolsas americanas penalizadas pelas declarações de Jerome Powell. O segmento obrigacionista apresentou uma semana positiva.

Apesar do ambiente de elevada incerteza, o Banco Central Europeu cortou as taxas de juro em 25 pontos base, como o esperado, numa tentativa de apoiar a economia da Zona Euro. Cautelosamente, o Banco do Canadá manteve taxas, após 7 cortes consecutivos, enquanto espera por mais claridade sobre a política comercial da administração Trump e os seus efeitos na economia. Nos EUA, Jerome Powell reforçou a orientação da Reserva Federal para uma maior prudência, alertando para o efeito da política comercial na inflação e no emprego. Powell reafirmou a independência da FED, comprometendo-se com não ceder às pressões de Donald Trump para cortar taxas, algo que o mercado recebeu com desagrado.

Destaques da semana cortes, conquistas e cautela nos mercados

As matérias-primas registaram uma semana positiva, suportadas pela subida do ouro para níveis acima dos $3300/onça e por uma recuperação ligeira do petróleo. Com o dólar enfraquecido, o Eur/Usd apresentou-se estável, a consolidar acima dos $1,1300.

Classes de Ativos:

Destaques da semana cortes, conquistas e cautela nos mercados

Obrigações:

Toda a incerteza decorrente das crescentes tensões comerciais à escala global serviu de mote para o sétimo corte consecutivo de taxas de juro de referência por parte do BCE, que numa decisão unânime reconheceu o aumento dos riscos para com o crescimento económico da Zona Euro. O segmento obrigacionista recuperou ao longo da última semana, num movimento liderado pela dívida soberana e acompanhado por uma redução dos prémios de risco corporativos. Apesar de ainda continuar pressionada, a dívida emergente acompanhou os restantes subsegmentos e acabou a semana em terreno positivo.

Mercados Acionistas

A semana terminou positiva para a maioria dos mercados acionistas globais. Apesar da incerteza continuar elevada (com destaque para a imprevisibilidade de Donald Trump ), o fluxo noticioso foi mais construtivo, com progressos em certas negociações comerciais. Numa performance desigual entre geografias, os índices dos EUA registaram ganhos moderados, limitados por Jerome Powell, que rejeitou a ideia de uma “Fed put” que ofereça suporte aos mercados. As bolsas japonesas avançaram com firmeza, com avanços nas negociações com os EUA. Na Europa, o BCE revelou-se mais acomodatício, contribuindo para uma reação mais entusiástica dos investidores.

Commodities:

O índice de commodities encerrou semana a subir menos de 1%. O ouro continua a bater máximos históricos tendo subido perto de 2%, beneficiando do atual contexto geopolítico e da incerteza nos mercados financeiros. O preço do gás natural dos EUA perdeu mais de 7% com a redução do consumo e a produção em níveis recorde. O petróleo subiu perto de 5% suportado por novas sanções dos EUA ao Irão. O cobre registou perdas marginais, aguardando por mais desenvolvimentos sobre o futuro das relações comerciais entre a China e os EUA. As agrícolas registaram poucas alterações, suportadas pela fraqueza do dólar.

Forex

A semana ficou marcada por uma menor volatilidade no mercado cambial, com o enfraquecimento do dólar a continuar a beneficiar algumas moedas. O Eur/Usd permaneceu estável, numa semana de consolidação ligeiramente acima dos $1,1300. A libra continuou a valorizar face ao dólar, ao ponto de registar máximos de outubro de 2024. Face ao euro, a libra permaneceu estável, com o Eur/Gbp em torno das £0,8600. O Iene renovou máximos de setembro de 2024 face ao dólar, com o Usd/Jpy abaixo dos 142 ienes, apoiado por perspetivas de progressos na negociação de tarifas com os EUA.

Conclusão:

Num contexto ainda marcado pela incerteza, os mercados deram sinais de resiliência. A atenção dos investidores mantém-se voltada para a atuação dos bancos centrais e para a evolução do cenário geopolítico, que continuam a ser os principais motores do sentimento de mercado.