Última semana de setembro marcada por desafios económicos globais, com a queda da confiança dos consumidores e sinais de abrandamento em várias regiões.

Os dados macroeconómicos partilhados a 27 de Setembro de 2024 revelam tendências mistas em várias economias mundiais. Neste artigo, destacamos as principais mudanças na confiança dos consumidores e na atividade económica em regiões como os Estados Unidos, Zona Euro, Alemanha, Reino Unido e Portugal.

 

Estados Unidos: Confiança dos Consumidores Cai, Mas Crescimento Mantém-se

Nos Estados Unidos, a confiança dos consumidores sofreu uma queda inesperada em setembro, registando a maior descida dos últimos três anos. As preocupações crescentes com o mercado de trabalho foram o principal motivo para este recuo, com o indicador de confiança a cair 6,9 pontos, para 98,7. Esta queda acentuada foi a maior desde agosto de 2021.

Apesar deste declínio na confiança dos consumidores, outros indicadores económicos sugerem que a economia dos EUA mantém um crescimento sólido. O PMI Compósito para setembro situou-se em 54,4 pontos, ligeiramente abaixo dos 54,6 registados em agosto, o que demonstra uma resiliência na atividade económica, sustentada por fortes vendas a retalho e outros dados favoráveis.

 

Zona Euro: Atividade Económica Em Queda

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Na Zona Euro, os dados macroeconómicos mostram um abrandamento em setembro, com o PMI Compósito a cair para 48,9 pontos, abaixo dos 51,0 de agosto. Este recuo reflete a primeira contração desde fevereiro de 2024, indicando uma desaceleração na atividade económica.

O setor industrial continua a enfrentar dificuldades, com o PMI da Indústria a descer de 45,8 para 44,8 pontos. O setor dos serviços também registou uma ligeira queda, com o PMI dos Serviços a passar de 52,9 pontos em agosto para 50,5 em setembro, aproximando-se do território de contração.

 

Alemanha: Perspectivas Económicas Deterioram-se

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Na Alemanha, as perspectivas económicas continuam a agravar-se. O indicador Ifo sobre o clima empresarial registou a sua quinta queda consecutiva, descendo de 86,6 em agosto para 85,4 pontos em setembro. Estes dados aumentam os receios de que a maior economia da Europa possa estar à beira de uma recessão, e que uma recuperação económica esteja longe de se concretizar.

A queda contínua da confiança das empresas alemãs pode ter um impacto significativo na confiança dos consumidores alemães, já que a falta de otimismo nas empresas muitas vezes se reflete numa redução do consumo e investimento.

 

Reino Unido: Empresas Cautelosas Perante Incertezas Fiscais

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No Reino Unido, o PMI Compósito recuou de 53,8 pontos em agosto para 52,9 em setembro, refletindo a crescente cautela entre as empresas britânicas. A antecipação do novo orçamento de estado, a ser apresentado pelo Partido Trabalhista, tem levado muitas empresas a adiar investimentos devido às incertezas quanto a possíveis aumentos de impostos e cortes de despesas.

Esta incerteza também pode impactar a confiança dos consumidores no Reino Unido, com os cidadãos a adotar uma postura mais prudente perante o futuro económico do país.

 

Portugal: PSI em Alta e Aumento da Confiança dos Consumidores

Em Portugal, o PSI teve uma semana positiva, com um aumento de 1,37%, elevando o ganho acumulado do ano para 6,44%. Entre os principais destaques estiveram a Jerónimo Martins, que subiu 8,61%, e a Altri, com um ganho de 4,66%. No lado oposto, a Galp registou uma queda de 2,71%. Em termos de rendimentos da dívida soberana, o spread face à Alemanha desceu ligeiramente, com uma redução de 1 ponto base para 57 pb.

Relativamente à confiança dos consumidores, os dados de setembro indicam uma melhoria, após a queda registada no mês anterior. O indicador de confiança dos consumidores tem mantido valores superiores aos de fevereiro de 2022, antes da crise de março. O indicador de clima económico também subiu, atingindo o seu nível mais alto desde abril de 2023. Setores como a Indústria Transformadora, o Comércio e, de forma mais expressiva, os Serviços registaram aumentos de confiança, enquanto que a Construção e Obras Públicas mostrou um ligeiro recuo.

 


Em suma:

Os dados macroeconómicos de setembro de 2024 evidenciam uma desaceleração em várias economias, com a confiança dos consumidores a cair de forma significativa, especialmente nos Estados Unidos e na Zona Euro. Embora alguns setores, como os serviços e o comércio, ainda mostrem resiliência, o aumento das incertezas, tanto a nível empresarial como no consumo, pode indicar desafios futuros para o crescimento económico. Em contrapartida, Portugal apresentou sinais positivos com um aumento na confiança interna e um bom desempenho do PSI. No entanto, a conjuntura global de abrandamento exige cautela, e os próximos meses serão cruciais para avaliar se estas tendências de enfraquecimento persistem ou se uma recuperação poderá ocorrer.