Itália Populista e anti euro? E agora Europa?
L'Italia populisti et anti euro? E ora l'Europa?
Itália foi às urnas a 4 março e o resultado foi um parlamento altamente fragmentado. Seguiram-se semanas de incerteza com os principais partidos a revelar incapacidade em formar um governo com suporte de uma maioria parlamentar.
No final de maio e numa tentativa de quebrar este longo impasse, o Presidente da República Sergio Mattarella indigitou Giuseppe Conte, um advogado sem experiência política para liderar um governo de coligação, unindo o Movimento Cinco Estrelas (M5E) e La Liga (ex-Liga do Norte), dois partidos com programas políticos muito diferentes e unidos apenas por uma retórica profundamente antissistema.
Em linha com estas ideias, Conte escolheria para ministro da Economia e Finanças Paolo Savona, um economista anti-UE e eurocético, o que gerou imediatas reações negativas de Bruxelas e do BCE. Sob intensa pressão, o Presidente Mattarella acabou por inviabilizar esta solução governativa e convidou um tecnocrata e ex-diretor do FMI, Carlo Cottarelli, para a constituição de um "governo neutro” e de curto prazo. Contudo o M5E e a La Liga não desistiram e apresentaram uma nova proposta de governo (já validada por Mattarella), onde Savona assume a pasta dos Assuntos Europeus, com as Finanças a ficarem a cargo de Giovanni Tria (economista e professor universitário pró-euro).
Naturalmente, os mercados não reagiram da melhor maneira a este impasse nem à possibilidade de que estes partidos pudessem estar a ponderar avançar com uma agenda de rotura com a UE e as suas instituições (avançando com temas como um debt write off da dívida italiana que está no balanço do BCE ou a “reconquista” da independência monetária). A dívida pública italiana registou por isso um violento sell off, que arrastou em alta os juros de toda a dívida da periferia europeia e os spreads da dívida italiana a 10 anos face à congénere alemã ultrapassaram, pela primeira vez desde 2013, os 320 pontos base, com o bund a usufruir do estatuto de “ativo de refúgio”.
Acreditamos que esta situação é temporária e é uma oportunidade! É convicção da Golden que a situação extrema deste spread deverá aliviar nas próximas semanas à medida que se torne evidente que, tal como ocorreu em Portugal, Espanha ou na Grécia, também qualquer novo governo italiano terá de implementar políticas económicas e financeiras sensatas e de acordo com status quo europeu! Por este motivo, ajustamos o posicionamento nas carteiras sob nossa gestão de forma a capitalizar num cenário de normalização dos mercados de dívida europeus durante as próximas semanas.
Fonte: Amundi Research Center