A época de resultados relativa ao primeiro trimestre de 2021 já terminou em ambos os lados do Atlântico. O diagnóstico não podia ser mais positivo!
Tabela 1: Crescimento dos Resultados (Bloomberg)
Tabela 2: Surpresa face aos Resultados Esperados (Bloomberg)
Como podemos observar, os resultados gerados pelas empresas norte-americanas não só são significativamente superiores aos que foram obtidos no mesmo período no ano anterior (tabela 1) como superam confortavelmente as expectativas dos analistas (tabela 2).
No continente europeu as dinâmicas são similares:
Tabela 1: Crescimento dos Resultados (Bloomberg)
Tabela 2: Surpresa face aos Resultados Esperados (Bloomberg)
Também será pertinente sublinhar a natureza transversal desta performance, ou seja, não está confinada a um conjunto marginal de setores…
As alavancas não são difíceis de isolar: a reabertura gradual das economias e as políticas expansionistas das autoridades no que concerne a estímulos monetários e fiscais.
Esta época de resultados também merece um destaque especial no contexto histórico das diferenças entre os resultados obtidos e aqueles que os analistas antecipam. A figura acima não deixa dúvidas quanto à persistência de um viés que subestima a performance das empresas. Aliás, este fenómeno até é descrito com uma expressão sugestiva que traduz a relação entre o guidance oferecido pelas equipas de gestão e a sua interpretação pela comunidade de analistas: “lower and beat!”
No entanto, desde o início da Pandemia, o diferencial entre os resultados apresentados e aqueles que são esperados pelos analistas aumentou de forma material… em ambos os sentidos! Este aumento na amplitude das observações é um reflexo natural da maior incerteza que pauta os mercados financeiros nesta nova era pós-pandemia.